Ao refletir sobre a minha história de vida, sempre tive convivência,
contato com pessoas portadoras de deficiência.
Isso começou na minha infância, com o nascimento do meu primo com
SÃndrome de Down. Foi um começo muito difÃcil para minha tia, afinal eram
muitos os desafios. Desafios esses enfrentados com coragem e determinação. Mesmo
com dificuldades financeiras a minha tia nunca deixou que faltasse nada para
meu primo.
Meu primo na infância e adolescência frequentou a Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais - APAE. Mesmo apresentando uma dificuldade na fala, o
meu primo gosta de conversar. Ele é muito carinhoso, tem alegria em viver,
gosta muito de música e é um grande companheiro da minha tia. Hoje ele está com
37 anos de idade. Eu frequento a casa dele e ele a minha. Sempre tive um bom
relacionamento com o meu primo.
Quando me formei professora, comecei a trabalhar em escolas da zona
rural do municÃpio, em salas multisseriadas. E assim, tive a oportunidade de
conviver com uma aluna com deficiência fÃsica. A aluna tinha dificuldade de
locomoção, mas não usava muletas. Ela era muito independente. Apresentava
dificuldade de aprendizagem. Mesmo com as suas limitações, a aluna participava
das atividades escolares e lúdicas e das brincadeiras na hora do recreio. As
outras crianças a respeitavam e cuidavam bem dela.
Depois disso comecei a trabalhar em uma escola da zona urbana. Nessa
escola não trabalhei com nenhuma criança portadora de deficiência, porém a
escola começou naquela época a receber alunos com deficiência. Primeiro foi uma
cadeirante e depois um aluno com SÃndrome de Down. A comunidade escolar começou
assim a conviver diretamente com esses alunos, interagindo, observando suas
dificuldades, seu desenvolvimento, sua socialização e suas vitórias. Realmente
é uma experiência de vida.
Em 2009, comecei a trabalhar no câmpus Campos do Jordão do IFSP. Em
março de 2012, iniciamos um programa somente para mulheres em situação de
vulnerabilidade, denominado PROGRAMA MULHERES MIL. O programa tinha como
prioridade atender cerca de 100 (cem) mulheres residentes no municÃpio que além
do curso de qualificação profissional na área do artesanato, as alunas tinham
acesso a diversos conhecimentos como: saúde da mulher, direitos da mulher,
empreendedorismo, aulas de português, matemática, meio ambiente e informática.
Eu era uma das gestoras do programa. E depois de toda uma divulgação nos
bairros do municÃpio, tivemos o perÃodo de matrÃcula. E assim se apresentou uma
candidata ao curso sendo portadora de deficiência visual. A aluna foi acolhida
com toda atenção e carinho por todas nós e participou de todas as atividades do
programa e ao final recebeu o seu certificado de conclusão de curso. Foi uma
experiência enriquecedora e gratificante para todos, tanto para as alunas, como
para nós servidores do câmpus. Todos estavam envolvidos neste desafio. Eram
todos ajudando uns aos outros.
Atualmente o câmpus Campos do Jordão tem um cadeirante, um deficiente auditivo
e um aluno com um comprometimento em um dos membros superiores, e
todos são atendidos com muito respeito, atenção, carinho e valorização pelo Núcleo
de Apoio à s Pessoas com Necessidades Educacionais EspecÃficas - NAPNE, conforme suas
necessidades.
E
finalizo a minha atividade com uma frase de Piaget:
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